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À CNN, paraquedista que caiu em balão relata “quase morte”: “Pensei na minha filha”

Primeiro de junho de 2024. Uma data que o paraquedista colombiano Jhovanny Durán jamais irá esquecer. Ele diz que viveu uma experiência de “quase morte”, em um acidente de balão, na cidade de Boituva, em São Paulo.

“Meu objetivo era realizar um salto diferente junto com os amigos, porém, no momento que eu fui fazer minha saída do salto, o tecido do balão não estava em condições de suportar meu peso e aconteceu o acidente”, disse Jhovanny, que registrava o momento com um drone.

As imagens da queda do paraquedista para dentro balão viralizaram nas redes sociais. Veja abaixo:

Atenção: a galeria abaixo tem imagens fortes

“Poderia ter sido uma tragédia maior”

Jhovanny conta que este foi o momento mais tenso do acidente.

Na hora que eu percebi que o balão rasgou, que eu senti que afundei, eu só pensava em lutar para não me queimar. Não tinha noção do que poderia me acontecer lá dentro do balão… Eu só pensava em segurar a lona ou as paredes do balão. E ainda bem que bem que fiz isso, pois poderia ter sido uma tragédia maior, com os outros passageiros que estavam no cesto de passeio

Jhovanny Durán, paraquedista colombiano

Sonho antigo

O colombiano afirma que tinha um sonho antigo de realizar este salto de cima de um balão. Jhovanny relembra os minutos de tensão que transformaram o sonho em pesadelo.

A queda foi de uma altura de 45 metros, que é a distância do teto do balão até o cesto. Foi nesse momento que eu tive queimaduras no rosto, braços e pernas. Depois, eu ainda bati no maçarico do balão, quando quebrei a perna e machuquei todo o meu braço. Nessa hora, eu bati todo o meu corpo, inclusive minha cabeça. Eu só coloquei minhas mãos no meu rosto para proteger das chamas. Eu pensei que poderia acontecer o pior

Jhovanny Durán

Paraquedista só pensava na filha

Pai da pequena Melissa, de 1 ano e 9 meses, Jhovanny diz que está suportando as dores e o trauma por conta da filha.

“Quando o balão rasgou e comecei a minha queda livre, eu pensei muito na minha filha. Eu fiz tudo o que foi possível”, garante ele.

“Tentei fazer um procedimento para eliminar os giros do balão, mas quando estava quase conseguindo, senti que um elemento estava batendo no meu peito e no meu rosto. Foi aí que percebi que era a minha própria perna, que estava quebrada e solta”.

Momentos de terror

Ainda dentro do balão, além de se esquivar da tocha em chamas e segurar a lona, Jhovanny teve que preparar mais uma ação que, se mal feita, poderia resultar em sua morte.

Eu precisei comandar meu paraquedas segurando a minha perna com uma mão e, com a outra, separando os tirantes para não dar “twister” no ar. Meu altímetro estava marcando 3.200 pés e eu estava sentindo muita dor e medo. No fim da queda, com 300 pés de altura, segurei minha perna quebrada, compensei o paraquedas nivelando com os freios e, chegando no chão consegui fazer um “fly” na hora do pouso

Atendimento demorou mais de uma hora

No solo, Jhovanny conta que gritava por socorro, mas só foi atendido mais de uma hora após a queda.

“Eu fiquei deitado, gritando por socorro. Um senhor da fazenda que eu pousei percebeu que aqueles gritos eram de dentro da propriedade dele. Ele chegou perto de mim com seus dois cachorros me perguntando o que eu estava fazendo ali deitado. Pedi para ele chamar uma ambulância urgente, porque eu estava muito machucado”, disse o colombiano.

Ferimentos e fratura

Eu quebrei o fêmur da perna esquerda, tive queimaduras no rosto, nos braços, nas pernas e feridas abertas em minha cabeça. Lá no Hospital de Boituva, fiz uma cirurgia para reconstrução do fêmur. Depois, com ajuda do presidente da Associação Brasileira de Paraquedismo, Rômulo Santos, fui transferido para um hospital com mais estrutura na cidade de Sorocaba. Minha mãe veio da Colômbia para cuidar de mim. Fiquei 10 dias internado. Sinto muitas dores ainda, mas faz parte do processo

Jhovanny afirma que não recebeu assistência por parte da empresa que forneceu o balão. Em nota ao portal “G1”, a Grillo Balonismo declara: “O atleta, que é o principal prejudicado, está bem e em recuperação. Sinto muito, nada mais a declarar”.

Dois aniversários

O paraquedista, que segue em recuperação, vive dias difíceis, sem poder trabalhar. Mas comemora o fato de estar vivo para contar esta história. A partir de agora, Jhovanny Durán tem dois dias que pode chamar de aniversário.

“Com certeza agora eu comemoro dois aniversários. 24/06/1992 e 01/06/2024 são as datas do meu nascimento e meu renascimento”.

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